La Ono in Rio
A japa tá passeando pelo Brasil, fez show no Municipal de São Paulo com músicos brasileiros e veio ao Rio para uma performance com as crianças da exposição 'Arte para Crianças', no Museu de Arte Moderna, no Flamengo (RJ) e ainda deu uma coletiva pra imprensa carioca na Cinemateca.
Foi muito legal. Cheguei atrasado, interrompi Ms. Lennon quando ela respondia uma pergunta -- e eu, displicentemente, abri o microfone -- e rolou uma puta microfonia. Mas, como ela é chegada num grito e num barulho, manteve a linha e, fina, seguiu com a resposta. Essa parte foi hilária, pq ela não se incomodou e os jornaleiros se incomodaram. Caguei.
Segui e fiz a pergunta pra ela. Perguntei "Yoko, vc está pela segunda vez no Brasil e sua primeira exposição foi em Brasilia. Qual a diferença, pra vc, do Rio e de Brasilia e das mostras em sí?" E a japa, simpatica e olhando pra mim o tempo todo, educada e atenciosa, disse "Fiz uma mostra pra adultos que se comportaram como crianças. E a mostra era com grande número de obras minhas, era uma individual. Essa é uma coletiva e tenho apenas algumas obras, mas gostei do contato com as crianças, que se comportaram como adultos, e achei linda a cidade do Rio".
Já bastou. Tinham seguranças, claro, a japa tá viva depois de uma bomba de Hiroshima na cabeça, a morte do Beatle mais famoso do mundo e seu marido ao seu lado na porta de casa, milhões de abortos, sequestro da filha, perseguição eterna de fãs imbecís que acham que ela acabou com os Beatles e... tá aí, viva, firme, forte, pra frente, moderna e atual. Yoko Ono não é mito, porque mitos não existem. Mas que ela é uma mulher forte, agridoce, que mistura racional e emocional com arte o tempo inteiro, isso ela é.
Encontrei a fofa da Kamille Viola, do jornal O Dia, e falamos um pouco. Ela perguntou algo sobre música brasileira, que Yoko disse conhecer pouco. Mas Ono falou sobre violência, que ela disse ser um assunto importante. Disse que em Nova York as pessoas são consideradas impiedosas, mas que na hora de uma crise como o World Trade Center, são bem humanas e boas. E que isso acontece em várias cidades do mundo, mas os jornais tornam os fatos ainda piores. Ela estava muito à vontade e disse uma coisa linda, que me marcou: "nossos corações batem ao mesmo tempo".
"As crianças que vivenciam a arte desde cedo estão plantando sementes", disse a japa. O clima era de "peace and love", com ela agradecendo os artistas, os curadores, e ainda dizendo que teve tempo de ir conhecer Paraty e trocou umas idéias com Tomie Otake e suas duas filhas. Lá na minha pergunta, ela ainda disse: "aproveitei as duas viagens, quando fui à Brasilia e aqui no Rio. Gostou da seleção das obras e disse estar honrada de participar da mostra. Na árvore dos desejos que tem lá, ela colocou um bilhete dizendo que pedia um mundo mais pacífico -- coisa que ela vem fazendo há anos, com e sem o Lennon.
"No show que fiz optei por músicos brasileiros. Sei que foi uma escolha arriscada, mas deu certo. No final, o tecladista me perguntou se eu me incomodaria de encerrar com o samba, e eu adorei", disse Ono.
Foi divertido e leve. Não cruzei figuras nefastas e não tive qualquer stress. Viva La Ono!
6 comentários:
Só a arte redime!
Grande Léo!!!!!!!!!!!!!!
Viva Yoko!
Love yoko!mexerico1
uahahah
mexerico 1 era uma outra digitação!
ai ai ai sequela sequela
Viva Yoko!
Love yoko!mexerico1
Viva Yoko!
Love yoko!
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